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domingo, 12 de fevereiro de 2012

Capitulo 1 - Nova Yorque.




Capitulo 1. - Nova Yorque.

Eu era sem sombra de dúvidas, muito patética. O fim de janeiro se aproximava, e a volta às aulas do Elite Way também, e eu continuava empacada na avenue 24 th na frente do starbucks. O meu celular estava desligado, e eu apertava o sobretudo contra meu corpo, a essa altura Tomás, Carla, Roberta, Diego e Pedro estariam cantando lá na sala da minha casa. E eu não, por que fui fraca. A neve caia delicadamente, e eu andava para o McDonald's mais próximo, até resolver ligar o celular...

- Hello. - Disse.
- Alice? - A voz de Roberta preencheu o silencio.
- Roberta? - Disse, surpresa.  Ela riu ligeiramente. - O que tá fazendo ai no Brasil?
- Cantando com o povo. - Ela disse e eu coro se seguiu: - OI ALICE!
- Oii pessoal! - Disse, saudosa. - Ensaiando muito ai?
- Ralando, né ô minha filha! - Tomás reclamou.
- E você, tá onde? - Diego perguntou.
- No McDonald's. - Disse rindo.
- A Cinderella resolveu ir num festfood? - Roberta perguntou.
- Pois é. - Disse, apertando o meu sobretudo. - Poxa, que frio. - Reclamei.
- A gente acabou de sair da piscina. - Carla disse rindo.
- Aqui tá um frio horrível, tá nevando. - Disse, rindo. - Epa.
- Que foi? - Todos perguntaram.

E eu levei um segundo para processar a informação. Sentado ali, se encontrava um velho amigo, Vinícius.

- Encontrei alguém. - Disse. - Preciso desligar, tchau.
- Tchau.

E então desliguei o celular.

(...)

Olhei o central park, coberto de neve. E eu, idiotamente e infantilmente, brincava de bola de neve, acertando a maioria da pontaria, em meio as gargalhadas e muitos flashes de câmeras. A filha de Franco Albuquerque com Vinicius DiCaprio, filho do Leonardo DiCaprio. Balancei a cabeça, rindo feito louca, após ser arremesada e comer neve, quase literalmente. Ria descontroladamente, quando finalmente decidi ir embora. Nós despedimos, trocamos telefones, emails e tudo aquilo que se era possível e então andei até o meu apartamento. Ele era mediano, ficava num bairro nobre desse lado que morava em NY, e era grande, para uma pessoa. A medida que ia caminhando, fazia extremas forças para NÃO pensar nele. Por que pensar naquilo ainda doía, demais.

O Elite Way estava como sempre, só que meu voou atrasou, o que me resultou em chegar atrasada, nem o uniforme coloquei. Estava com um vestido branco e preto, lindo, tomara-que-caia, um sobretudo branco, um salto com um laço na ponta preto de veludo e uma bolsa Louis Vultton, um par de brincos com cristais em forma de coração lapidado e um anel de ouro com uma pedra preta quadrada. Coloquei meus óculos escuros e segui para a sala 02 - Vicente. Doutor Jonas falava algo com meu pai e Eva, mas sinceramente, não conseguia prestar atenção, e tudo não passava de um estranho zumbido. Paramos em frente à sala, e o Diretor Jonas abriu a porta, todos os olhos se voltaram para ele.

- Com licença, Vicente. - Ele disse. - Devido à um atraso do voou, uma aluna teve que entrar na terceira aula.
- Nossa. - Vicente disse. - Mas quem é essa tal aluna?
- Alice Albuquerque. - Ele disse, e Eva me empurrou para frente.

Todos olharam para mim, como o primeiro dia de aula.

- è... - Vicente começou, olhando de mim à ele. - Pode sentar, Alice.
- Claro. - Murmurei indo pro meu lugar, me toquei que ainda segurava a minha bolsa, dei para Eva e peguei meu material na mão do meu pai. - Obrigada.
- Disponha. - Doutor Jonas disse, se retirando da sala junto de papai e Eva.

A minha primeira aula do ano foi extremamente desconfortável, colocando os fatos que todos tinham suas atenções diretamente para mim, inclusive os dos meu amigos, ou ex-amigos...não sei ao certo. Tudo na vida não se passa de uma questão de tempo, não?

- Então. - Vicente começou. - O que aconteceu, Alice? - Entendi o duplo sentido.
- O aeroporto de LAX Nova Yorque teve um pequeno atraso, que me resultou algum tempo perdido. - Sorri fraco.
- Ah. - Ele disse. - E você está bem? - Outra frase com duplo sentido.
- Na medida do possível. - Sorri, dando a resposta que ele queria, se bem que o "está bem" dele não tinha nada haver com o atraso de NY.

A aula então começou, e eu prestei atenção, esquecendo os olhares direcionados diretamente a mim. Até que uma folha veio na minha direção, sendo estregue por Roberta.

"Está tudo bem?" - A calegrafia de Carla foi imediatamente reconhecida por mim.

"Você não é a primeira que me pergunta isso para mim, mas em que relação você espera que eu esteja bem?" - respondi.

"Se perguntam se você está bem, é por que se tem razão, Alice. Eu quero saber se você está bem em relação a banda, a nós, os rebeldes, e principalmente sobre a relação com o Pedro."

"Eu sei que os outros tem razão, apenas eu não fui capaz de enchergar. A banda continua firme, nós também, Carlinha. os rebeldes, nem precisa perguntar." - Respondi.

"E o Pedro?" - Ela perguntou.

"Nem eu mesma sei, eu passei as férias todas fora do país, não sou a pessoa mais indicada para responder. Em quase três meses muitas coisas podem acontecer, para ambos."

"E o que aconteceu? - Ela quis saber."

"Contar numa folha não parece o meio mais indicado!" - Escrevi com um meio sorriso no rosto, e passei para a Roberta, que abriu, leu e fez uma careta, passou para Carla que concordou com a cabeça.

E então o sinal tocou. Fui até o dormitório e me olhei no espelho, precisava trocar de roupa urgentemente, precisava de um banho. Minhas coisas já estavam devidamente arrumadas, e o almoço era de uma hora e meia. Despi-me, e fui pro chuveiro. Logo em seguida, me troquei, passei uma maquiagem leve e estava "enfeitada", como Roberta mesmo dizia. Olhei para a caixa de veludo verde em cima da cama, um presente de Brooke, um colar escrito em prata "faith" (tradução: fé.). Estava com uma saia de cintura alta rosa, uma camiseta branca, e um cardigã marfim. Tinha uma meia fina branca quase transparente, e um salto boneca preto de veludo. Olhei no relógio, tinha demorado apenas vinte minutos. Tinha ainda uma hora e dez minutos. Sai do quarto e fui até o fim do corredor. Ali, um dos dois outros corredores dava para a cantina, mas qual? Talvez o da esquerda...

- Indo pro laboratorio? - A voz de Pedro encheu o lugar.
- Na verdade, tentando ir para a cantina. - Sorri meio sem graça.
- Esqueçeu o caminho? - Ele perguntou, erguendo uma das sombrancelhas. E meu coração quase saltou do peito nesse instante.
- Infelizmente. - Dei os ombros.
- Quer ajuda? - Ele perguntou.
- Você quer me ajudar? - Rebati.
- Quero. - Ele disse, passando um dos braços pela minha cintura, me guiando.

E eu me odiei por isso. Por que cada minimo toque dele na minha pele, era como fogo ardente, me consumindo.

- Tudo bem com você? - Ele perguntou.
- Sim, e com você? - Perguntei.
- Mais ou menos. - Ele deu os ombros.
- Mais ou menos? - Perguntei preocupada. - Aconteceu algo?
- Sim. - Ele disse olhando para longe. - Por que você sumiu as férias inteiras?
- Achei que você me quissese longe. - Mordi meu labio, constrangida.
- E queria. - Ele disse, me deixando magoada. - Mas ao mesmo tempo eu te quero perto...Droga, Alice. Você me deixa louco sem nem ao menos fazer nada.
- Não sou a única. - Eu disse, baixinho. - Podemos falar de....outra coisa?
- Está te incomodando nossa conversa?
- Não é isso.
- O que, então?
- Ainda doi, Pedro. Muito. - Disse, olhando nos seus olhos.
- Eu sei, eu sinto o mesmo. - Ele disse suspirando. - Mas porque ainda doi em você?
- Eu ainda te a.... - Deixei o final da frase no ar, não terminando-a.
- Eu ainda te... - Ele estimulou.
- Faz diferança o que eu iria te dizer? - Perguntei.
- Não sei. - Ele disse.
- Então quando descobrir me avisa. - Falei. - Cadê os outros?
- La Poron. - Ele disse. - Estão nós esperando.
- Pelo menos um almoço em paz. - Disse, agradecida.
- Ou não... - Ele riu.

E então abriu a porta de vidro para mim. Devo mencionar que todos olharam para nós? Talvez...me remexi inquieta, lançando um olhar de suplica a Pedro, que captou. Me puxou para a fila, pegamos a comida e saimos em seguida, não antes de oubir o bulha (significado:muito barulho, muitos gritos, etc...) que começava lá. A maioria era: Eles voltaram? Ignorei ao maximo.

- Alice? - Pedro me chamou.
- Oi.
- Por que...você foi embora? - Ele perguntou.
- Você quer mesmo falar disso agora? - Perguntei.
- Não vai adiantar fugir, teremos que falar disso alguma hora. - Ele alertou.
- Eu sei. - Suspirei.
- Você saiu apressada no último dia de aula, quando fomos te procurar, você estava do outro lado do continente, faltou a primeira semana de aulas, e tenta fugir de mim. Por que?
- Pedro, por favor... - Supliquei, deixando algumas lágrimas escaparem.
- Alice eu sei que fui muito duro com você. - Ele disse. - Mas eu tava de cabeça quente, eu errei. Eu sei.
- Para por favor. - Pedi.
- Alice, o que aconteceu com nós? - Ele perguntou.
- Não existe mais nós, Pedro. Existe eu e você.
- Alice não faz assim... - Ele disse.
- Não fui eu que escolhi isso. - Disse, firme. - Do que vai me adiantar voltar, para depois você terminar e eu ter um coração quebrado para consertar? Pedro, dói muito. E sabe o que é pior? - Perguntei. - Eu ainda te amar, mas na verdade isso não conta muito, por que tá parecendo que você tem medo de amar. Por que toda vez que estamos juntos, você vê um problema no meio de nós e resolve acabar. Você não é o supermen, muito menos o Clyde. Você não pode salvar todos, Pedro. Só que você se importa muito com seus amigos, e eu admiro isso. Só que você, tentando "salvar" todos, acaba me distruindo.

Estória.


 

As lembranças são como um rastro de fogo. Tão poderosas, tão saudosas. E elas ficaram para trás por minha culpa, por que eu agi como uma garotinha de cinco anos, com medo de escuro. E você prometeu ser para sempre, mas hoje eu descobri que até o para sempre tem um fim. E mesmo depois de tudo, eu ainda o amo, mas do que a mim mesma. Mas como se apegar a algo que nunca foi seu? Como viver, se falta um pedaço de você? Eu passei tanto tempo te procurando em outro alguém, mas não posso me enganar, eu sinto sua falta. E apesar de tudo, você nunca me abandonou, do jeito que eu abandonei você. E apesar de tudo, ainda estamos aqui. Só não sei até quando. Mas, agora, o que mais me destroi é você, você é meu ponto fraco, meu temor. Por que eu te amo, e isso é para sempre. Mas o que eu posso agora é apenas escrever sobre você. Agora eu me apego em minhas lembranças, por que não escolhemos quem vamos amar.

- Alice Albuquerque.